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Sandra Fayad Bsb
Minhocário de Palavras
Textos
(Em quarentena)
Nos episódios anteriores, realizei uma pincelada sobre os primeiros cinco anos em Brasília. Embora minha história seja do tipo "livro aberto", procuro contar apenas o que poderá interessar ao leitor. Nestes tempos bicudos, em que a maioria das pessoas está acelerada, deprimida, reclusa, sem perspectivas tenho a audácia de de falar sobre o que vai além do " ver e ouvir". "Enxergar e escutar" é bem interessante, e comigo tem dado certo.
 Então vou abrir um parêntese na minha trajetória pessoal e profissional para falar de sentimentos, sensações, descobertas.
Escrevi, certa vez, no Facebook: “Não sou a favor do meio ambiente por estar na moda, por ser bom ou bonito ser ambientalista. Já nasci assim (no interior de Goiás), vivi assim - no meio de hortas caseiras, colhendo frutos do pé e cuidando de animais - cresci olhando para cima - sol, lua, estrelas - e para baixo  - terra, água, adubo. Só me sinto feliz no meio de plantas, pássaros, cachorros, lagartixas, minhocas... Mato baratas e formigas dentro de casa (com pena), tenho nojo de ratos, temo e respeito mães-corujas em vigília aos seus ninhos. Acho lindo ver um sapo saltando, uma cobra rastejando, um porco roncando, uma vaca mugindo. Sou apaixonada pelo tamanduá-bandeira e pelo lobo-guará - choro por eles quando o cerrado pega fogo... Amo as minhas filhas verdes: stévias, sálvias, melissas, cavalinhas, capuchinhas... o meu jambu, bálsamo, alecrim, lírio... (Sandra Fayad - Brasília) 13/11/2011.”
Estas afirmações são verdades presentes na minha vida. Agora mais ainda...
Eu não possuía elementos para uma boa avaliação da importância do meu habitat , onde também vivem parte dessas personalidades. Hoje, percebo o quanto ele é benéfico à minha saúde física e mental. A interação constante com as plantas e com os animaizinhos da horta reafirma a convicção de que sou muito menor do que eu supunha. Mas, paradoxalmente, esta constatação é que me fortalece e me carrega para cima e para frente.
Em outra oportunidade, escrevi o poeminha abaixo à beira mar:  
 “CONVERSA DE PRAIA
Ô graozinho de areia,
será que meu tamanho relativo no Universo se equipara ao teu? 
Ô gotícula de água,
será que minha importância no Universo se compara à tua?
Tão imenso parece ser o Universo
que chego a pensar que não. 
Então me respondam,
por que é que eu, com toda a minha insignificância,
neste minúsculo Planeta,
cultivo tanta arrogância? 
(Salvador, jun-17)”
Assim é que observo o que me rodeia e coloco-me dentro desse infinito espaço universal: minúscula, mas com ânimo para trabalhar com animais e plantas. Levo muito a sério as reclamações dos pássaros quando me esqueço de abastecer de água a banheira e do bebedouro. Eles também levam muito a sério o horário do banho e da alimentação.Trabalham medindo os riscos, depois chamam insistentemente os outros pássaros  para  desfrutarem juntos do que lhes ofereço. 
Minhas reflexões têm vínculos com minha trajetória, que tem vínculos com o enxergar e o escutar! Enxergando e escutando, opto pelo silêncio, sem acelerar, deprimir, temer...
Meu silêncio é bom companheiro. Está cheio de cores, perfumes, sabores, e também de “sins" e de "nãos” aparentemente incompreensíveis. Sou Sandra Fayad
Bsb, 14/06/2020
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 14/06/2020
Alterado em 16/06/2020
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