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Sandra Fayad Bsb
Minhocário de Palavras
Textos
BABOSA, OU SE PREFERIR, ALOE ...

Ela tem um pouco de roseira, cacto e alcachofra. Com boa vontade, pode-se dizer que lembra a rosa-dos-ventos. Planta baixinha, pesada, rente ao chão e composta de folhas largas e gorduchas na base e finas e pontiagudas na parte aérea, a babosa não possui tronco ou galhos visíveis. Da cor verde escuro, já adulta chama a atenção ao florescer. Seus pendões coloridos de até um metro de altura, entre as folhas, dão-lhe uma característica física um pouco mais atraente. Paisagistas e decoradores se aproveitam disso para plantá-la diretamente em jardins externos ou em grandes vasos nas varandas, áreas de lazer e entradas de edifícios.
No entanto, quando, por acidente ou de propósito, ocorre sangria em uma de suas folhas, ela apresenta um cheiro forte, capaz de afastar insetos, pragas e até gente das proximidades. É uma das plantas menos sujeita a problemas de doenças e de fácil cultivo, podendo adaptar-se até em clima seco e pobre, a sol pleno, como é o caso de Brasília, na maior parte do ano.
A denominação científica Aloe vera vem do hebráico halal ou do arábico alloeh (= substância amarga, brilhante) e do latim vera (= verdadeira). Antigamente, muçulmanos e judeus usavam as folhas penduradas na porta de entrada da casa, porque acreditavam que representava uma proteção para todos os males.
É uma das plantas mais pesquisadas e de vasta aplicação na medicina alternativa. Objeto de controvérsias quanto à extensão dos seus benefícios, a babosa está presente em diversos produtos de beleza e em medicamentos que prometem desde a prevenção até a cura completa de males considerados irreversíveis.
De família grande, a babosa tem mais de trezentas irmãs (espécies) conhecidas. Mas duas ou três delas têm despertado mais interesse por parte dos comestólogos e farmacólogos, pesquisadores e curiosos. As espécies conhecidas pelos nomes científicos Aloe vera, e Aloe arborescens (babosinha) são as mais famosas.
Em seu livro “Câncer tem cura” - Manual que ensina a tratar do câncer e de outras doenças, o Frei Romano Zago apresenta a seguinte receita: duas ou três folhas de aloe arborescens (sem os espinhos e não lavadas, apenas limpas com um pano), meio quilo de mel puro e quatro colheres de bebida destilada (cachaça, uísque, tequila, grappa ou conhaque). Bater tudo no liquidificador e coar em pano limpo, em local sem luz direta. O xarope deve ser acondicionado em vidro escuro esterilizado. O autor recomenda a observância prévia de alguns cuidados, já na colheita das folhas. A operação deverá ocorrer à noite e com tempo firme a, pelo menos, uma semana. Plantas que tenham recebido aplicações de venenos ou que tenham ficado expostas à poluição, como beira de estradas e locais que tenham sido usados para detritos industriais devem ser descartadas, assim como as folhas externas e as da babosa florida, pois suas propriedades ficam reduzidas, já que a planta dirige toda a sua energia para as flores.
Certo da eficácia da receita, Frei Romano propõe que se tome, no máximo, três colheres do composto ao dia, por período não superior a dez dias, com intervalos iguais de tempo, até a cura completa do mal. Aplica-se às seguintes doenças: câncer, alergias, asma, anemia, artrose, hemorróidas, furúnculos, feridas venéreas, infecções de bexiga, rins e próstata, reumatismo, úlceras, varizes, diabetes e outras, além de “frear” o avanço da Aids. Mesmo que não esteja com nenhum problema, a ingestão do preparado é indicada para “fazer uma faxina” no organismo e fortalecer o sistema imunológico de qualquer pessoa que não esteja grávida, por um período de apenas dez dias a cada ano.
Desde sua primeira edição, o livro vem gerando controvérsias até porque, em seu próprio texto, Frei Romano admite a possibilidade da existência de vários efeitos colaterais. Além disso, alguns adversários da proposta afirmam que a cura propalada só se dará para determinados tipos e/ou estágios das doenças apontadas.
Fato é que estudiosos do assunto já comprovaram que a babosa fortalece o sistema imunológico e tem ação antiinflamatória e antiviral. Embora o uso da planta tenha sido aprovado nos Estados Unidos para testes em pacientes com Aids e câncer, desde 1994, ainda não foi divulgado nenhum resultado. Na Rússia, as pesquisas mostram que a erva exerce importante papel no fortalecimento dos pulmões e tem curado até tuberculoses crônicas. Algumas pesquisas isoladas mostraram que os oligossacarídeos presentes na babosa ajudam a combater as células malignas. No entanto, concluiu-se também que seu consumo não deve ser indiscriminado, pois pode provocar dores abdominais, fortes diarréias (que os defensores do uso afirmam ser o “efeito limpeza”) e, em doses elevadas, pode causar até inflamação nos rins.
A preocupação de autoridades e gestores da saúde pública tem sido no sentido de evitar que o uso incorreto deste e de outros produtos naturais cause intoxicações e efeitos adversos ao organismo.

Se, por um lado a comunidade científica procura fazer com o uso interno da babosa fique bem definido, é unânime o reconhecimento das suas propriedades no uso externo, especialmente sobre a pele.
Neste caso, as principais indicações, ainda em tratamentos e cura, são:
queimaduras (fogo, raio X ou raios solares); acne, coceiras, eczemas, erisipela, manchas escuras de sol, ferimentos difíceis de cicatrizar congestão nasal crônica e picadas de insetos.
Conta-se que Alexandre, o Grande, teria conquistado as Ilhas de Socotorá, no Oceano Índico (século IV a.C.), porque lá vegetava abundantemente um tipo de babosa, da qual conhecia os poderes cicatrizantes, para curar os ferimentos dos seus soldados, após as batalhas.

Seus benefícios na área cosmética são explorados desde a descoberta dos segredos de beleza de Cleópatra e tem sido dia-a-dia ampliados.

É largamente utilizada no preparo de cremes, xampus, loções, sabonetes, máscaras. É também excelente desodorante, removedor de impurezas da pele, fortalecedor do couro cabeludo. Ajuda a combater a caspa, previne contra as rugas, hidratando peles ressecadas e flácidas e, aplicada como loção após a barba, é ótima suavizante para a pele.
O melhor de tudo é que¸ para essas indicações, não é necessário nenhum tipo de preparo especial. Basta cortar a folha no sentido longitudinal, raspar a popa e aplicar diretamente sobre a região a ser tratada.

Há mais de três mil anos, em todo o mundo, a polpa desta planta um pouco desajeitada, amarga e de aspecto desagradável aos olhos tem feito verdadeiros milagres. Vale a pena conhecê-la e fazer com ela uma boa amizade. Mas, nunca é demais lembrar que uma boa conversa com o médico é sempre recomendável, em qualquer situação que envolva nossa saúde.



Fontes:
1- http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/babosa1.html#topo2
2- Livro: Câncer tem cura, Frei Romano Zago OFM – Ed. Vozes
3- Curso: Ervas Medicinais, do SENAR/DF
4- Experimentos e Conhecimento Empírico por parte da Autora

 
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 30/04/2007
Alterado em 05/03/2015
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